A cena musical alternativa encontrou um novo capítulo com Autogramm, um quarteto que transcende fronteiras geográficas e temporais. Formada por músicos de Seattle, Chicago e Vancouver, a banda emerge como um projeto musical que resgata a essência do new wave e do power pop dos anos 80, sem cair na armadilha da nostalgia pura.
O mais recente álbum da banda, “Music That Humans Can Play”, representa muito mais do que um simples tributo musical. É uma declaração artística que mistura influências de ícones como Devo, The Cars e David Bowie, criando um som que é simultaneamente familiar e inovador.A banda não hesita em usar sintetizadores coloridos e riffs de guitarra que evocam a energia da década de 1980, mantendo, no entanto, uma relevância contemporânea surpreendente.

Composta por Jiffy Marx, The Silo, CC Voltage e Lars Von Seattle, a formação reúne músicos com históricos em bandas como Black Mountain, Blood Meridian e Destroyer. Curiosamente, a banda adota uma abordagem “plastic punx”, rejeitando manifestos rígidos do punk rock em favor de uma música flexível e cativante.
O álbum “Music That Humans Can Play” tem recebido aclamação da crítica especializada. Publicações como New Noise Magazine destacam a capacidade da banda de criar músicas que são ao mesmo tempo nostálgicas e frescas, evitando armadilhas de um revival musical simplório.
Temas como alienação digital, conexões humanas e experiências contemporâneas permeiam as composições. “Why Do We Dance”, por exemplo, oferece uma crítica social sobre a perda de contato humano autêntico, com versos que proclamam: “Sou prisioneiro do meu próprio dispositivo”.
A diversidade geográfica dos integrantes parece alimentar a riqueza sonora do grupo. Suas músicas transitam entre sintetizadores vibrantes, riffs de guitarra punk e melodias pop, criando um universo sonoro que convida à dança e à reflexão.
Com turnês que já percorreram Canadá, México, Estados Unidos, Reino Unido e Europa, Autogramm consolida sua posição como uma banda que transcende fronteiras musicais e geográficas. Sua música ecoa além de um simples tributo, representando uma reinterpretação contemporânea de sons que marcaram uma geração.
A banda segue em constante movimento, preparando-se para novos palcos e novas explorações sonoras, mantendo viva a chama do new wave com uma abordagem genuinamente moderna.