Dirigido por Bobby Boermans, conhecido por seu trabalho em séries policiais como “The Golden Hour” e “Mocro Maffia”, “¡Hostage” transporta o espectador para uma recriação angustiante do sequestro que paralisou a praça Leidseplein, em Amsterdã.
O filme é um thriller tenso, daqueles que se desenrolam em poucas horas e concentram sua força na montagem e no ritmo. O roteiro é sólido e analisa todos os pontos de vista da situação, movendo-se com agilidade dentro do gênero.
É uma produção ágil e bem-feita, perfeita para uma noite de sexta-feira.
O Caso Real de Amsterdã
Um homem de 27 anos, identificado como Abdel Rahman Akkad, vestido com roupas de camuflagem e armado com várias armas de fogo, entrou na movimentada loja da Apple na praça Leidseplein, em Amsterdã. Akkad, que supostamente era funcionário de uma rede de supermercados e usou o caminhão da empresa para chegar ao local, rapidamente agravou a situação, disparando tiros e afirmando que usava um colete com explosivos.
Enquanto muitos clientes e funcionários conseguiam escapar ou se esconder, Akkad fez vários reféns, escolhendo um homem búlgaro como seu principal cativo. Durante cinco horas angustiantes, a cidade prendeu a respiração enquanto a polícia cercava o prédio. Akkad exigiu a quantia exorbitante de 200 milhões de euros em criptomoedas e uma passagem segura para fora da cidade.
O confronto atingiu seu clímax quando o refém búlgaro conseguiu escapar. Akkad o perseguiu brevemente para fora da loja, mas a polícia interveio decisivamente e atropelou o agressor com um veículo blindado. Akkad faleceu no hospital, devido aos ferimentos. O chefe de polícia holandês, Frank Paauw, elogiou a bravura do homem búlgaro.
Por Dentro de “¡Hostage”: Trama, Perspectivas e Tensão Angustiante
“¡Hostage” traduz este drama do mundo real em uma experiência cinematográfica de cerca de uma hora e meia. A trama acompanha Ilian (interpretado por Admir Šehović), um búlgaro que está em Amsterdã a trabalho e se encontra no lugar errado, na hora errada. Ele entra na loja da Apple justamente quando o homem armado (Soufiane Moussouli) inicia o ataque, tornando-se rapidamente o principal refém.
O filme é narrado em uma realidade múltipla, que consegue traduzir os vários ângulos sob os quais o assalto é visto. Os eventos são mostrados não apenas do ponto de vista aterrorizante de Ilian, mas também através dos olhos do agressor, cada vez mais desesperado, de outros reféns escondidos na loja e da polícia, incluindo a negociadora Lynn (Loes Haverkort), que trabalha freneticamente do lado de fora para resolver a crise.
Um aspecto que nos agradou é que o filme, apesar de ser baseado em um fato real, não tenta seguir o estilo documental. É puro ritmo, ação e uma construção cinematográfica muito bem-feita, buscando a todo momento a tensão dos acontecimentos, recriando personagens e buscando a essência ágil do thriller de reféns mais clássico.
“¡Hostage” é também um filme clássico, que busca se manter fiel ao gênero e, sem inventar nada, entretém e diverte, oferecendo um espetáculo de ritmo cinematográfico e se tornando, finalmente, um thriller que deixa uma boa impressão, sem chegar a impactar profundamente ou a deixar a sensação de ser um grande filme.
Cumpre sua função, com uma boa produção e um bom trabalho técnico e de direção.
Isso sim, sem arriscar nem trazer nada que já não tenhamos visto antes.
Aproveitem o filme.
Onde assistir “¡Hostage”