A Virada do Jogo: Como o Samsung Galaxy Z Flip 7 Finalmente Amadureceu

19/07/2025 6:04 AM EDT
Galaxy Z Flip7
Galaxy Z Flip7

Durante anos, o smartphone dobrável tipo concha existiu em um estado de adolescência perpétua: um dispositivo repleto de potencial e estilo, mas limitado por compromissos irritantes. Era o celular que você queria amar, aquele que prometia um futuro de conveniência compacta, apenas para lembrá-lo de suas limitações com uma tela externa apertada, uma bateria anêmica e uma sensação de novidade que nunca se traduziu em praticidade. Era uma declaração de moda em primeiro lugar, um celular de ponta em segundo. Com o Galaxy Z Flip 7, essa era acabou definitivamente. Este é o momento em que o formato concha atinge a maioridade.

Este dispositivo é mais do que uma atualização iterativa; é uma declaração de intenções, uma resposta abrangente a anos de feedback dos usuários e à crescente pressão de um mercado cada vez mais competitivo. A Samsung finalmente abordou o pecado original dos dobráveis: a tela de cobertura subutilizada. A nova e expansiva “FlexWindow” não é apenas maior; é uma reimaginação fundamental de como um usuário interage com um celular fechado, transformando o que antes era um mero painel de notificações passivo em uma interface ativa e principal.

Mas a revolução não para no hardware. A Samsung dividiu sua estratégia, introduzindo uma versão mais acessível, a “Fan Edition” (FE), ao lado do modelo principal. Essa medida sinaliza uma nova abordagem, mais agressiva, para o mercado, visando tanto consolidar sua posição premium quanto capturar um público mais amplo. Este artigo explorará este novo capítulo para a linha de dobráveis da Samsung, começando com uma análise aprofundada da transformadora FlexWindow e da engenharia que a tornou possível. Dissecaremos a profunda integração da IA, avaliaremos a controversa decisão de retornar a um processador Exynos em contraponto à revolucionária adição da produtividade do DeX, e analisaremos um sistema de câmeras que aposta no software em vez de novos sensores. Por fim, colocaremos o Flip 7 contra seu rival mais feroz em uma batalha direta antes de entregar um veredito final sobre se o mais recente celular tipo concha da Samsung realmente conquistou a coroa.

Uma Janela para um Novo Mundo

A mudança mais imediata e impactante no Galaxy Z Flip 7 é sua tela de cobertura. A Samsung abandonou os últimos vestígios de sua abordagem hesitante, substituindo o recorte em estilo de “aba de pasta” de seu predecessor por uma magnífica tela externa de ponta a ponta que redefine o propósito do dispositivo. Esta é a “FlexWindow”, e ela representa uma revolução na experiência dos celulares tipo concha.

A nova tela Super AMOLED de 4,1 polegadas abrange toda a superfície frontal do celular, com apenas uma borda ultrafina de 1,25 mm ao redor das câmeras duplas. Este é um salto colossal em relação à tela de 3,4 polegadas do Galaxy Z Flip 6, passando de uma tela secundária para o que parece ser uma interface primária e autônoma. Mais importante, a Samsung alcançou a paridade entre suas duas telas. A FlexWindow agora ostenta a mesma taxa de atualização fluida de 120Hz e um brilho máximo impressionante de 2.600 nits, assim como a tela interna principal. Esta era uma falha crítica nos modelos anteriores; a transição desconfortável de uma tela interna suave e brilhante para uma externa mais escura e lenta desapareceu. Agora, rolar as notificações ou verificar widgets ao ar livre parece fluido e consistente, um passo crucial para tornar a experiência com o celular fechado uma experiência de primeira classe.

Essa expansão dramática da tela foi possível graças a uma significativa reengenharia interna dentro de um chassi que é, paradoxalmente, o mais fino da história da série Flip. Aberto, o Flip 7 mede apenas 6,5 mm de espessura e, quando dobrado, chega a 13,7 mm — notavelmente mais fino que as dimensões de 6,9 mm e 14,9 mm do Flip 6, respectivamente. A Samsung alcançou essa proeza através de duas inovações principais. Primeiro, a empresa desenvolveu um novo método de impermeabilização que aplica um revestimento protetor diretamente aos circuitos internos, em vez de depender de vedações no chassi externo. Segundo, a dobradiça Armor FlexHinge redesenhada é quase 30% menor que a do Flip 6, criando mais volume interno em um pacote mais compacto.

Essa evolução no design não é meramente uma escolha estética; é uma resposta direta a anos de pressão da concorrência. Por várias gerações, a Samsung tratou a tela de cobertura como um acessório, um lugar para widgets e informações rápidas. Enquanto isso, rivais como a Motorola forçaram os limites, provando que uma tela externa totalmente funcional não era apenas possível, mas era um diferencial chave que os usuários valorizavam. A FlexWindow do Flip 7 é um claro reconhecimento de que a filosofia da Motorola venceu.

No entanto, um fantasma da hesitação passada da Samsung permanece. Embora o hardware seja agora totalmente capaz, a execução de aplicativos completos na FlexWindow não está habilitada por padrão. Os usuários ainda precisam navegar até a seção “Labs” no menu de configurações e baixar o conjunto de aplicativos Good Lock da Samsung, especificamente o módulo MultiStar, para desbloquear essa funcionalidade. Este passo extra, um ponto de atrito notado por analistas e usuários de longa data, sugere um debate interno persistente na Samsung — um conflito entre o que seus engenheiros podem entregar e o que sua equipe de software considera polido o suficiente para as massas. É um detalhe pequeno, mas revelador, que mostra que a Samsung forneceu as ferramentas para uma experiência revolucionária, mas ainda pede ao usuário que realize a montagem final.

Apesar dessa peculiaridade do software, o conjunto físico inspira confiança. A perene preocupação com a durabilidade dos dobráveis é abordada com uma estrutura de Armor Aluminum mais forte e vidro Corning Gorilla Glass Victus 2 protegendo a tela de cobertura e os painéis traseiros. O celular mantém uma robusta classificação IP48, o que significa que pode resistir a partículas de poeira maiores que 1 mm e sobreviver a uma submersão em até 1,5 metros de água doce por 30 minutos. Essas alegações foram submetidas a um teste não programado no mundo real quando um crítico da CNET derrubou acidentalmente o celular no concreto. O resultado não foi uma tela quebrada, mas um pequeno arranhão na moldura, uma anedota poderosa que confere credibilidade significativa à proeza de engenharia da Samsung.

Galaxy Z Flip7
Galaxy Z Flip7

Um Companheiro de IA na Palma da Mão

Com a base de hardware da FlexWindow estabelecida, o próximo objetivo da Samsung é torná-la inteligente. O Galaxy Z Flip 7 é agressivamente promovido como um “smartphone compacto de IA”, um dispositivo onde a inteligência artificial não é uma reflexão tardia, mas está tecida diretamente no formato dobrável. Isso é alcançado através de uma estratégia inteligente de duas frentes que combina o poder de conversação do Gemini do Google com o próprio conjunto de recursos de IA “visíveis de relance” da Samsung, todos projetados para resolver o principal desafio de usabilidade de um celular dobrável: minimizar o número de vezes que você precisa abri-lo.

A primeira frente dessa estratégia é uma profunda integração com o ecossistema do Google. O Flip 7 é um dos primeiros celulares a vir com o Android 16 e a One UI 8 da Samsung, uma combinação de software construída em torno da IA do Gemini. Essa parceria vai além da simples integração de aplicativos. Ao pressionar longamente o botão de energia, os usuários podem invocar o Google Gemini diretamente da FlexWindow, mesmo com o celular fechado. Isso permite consultas complexas e de conversação que antes eram impossíveis sem desdobrar o dispositivo. Por exemplo, um usuário pode pedir dicas de estilo em tempo real, como qual cor de roupa combinaria melhor com sua maquiagem, e receber uma resposta gerada por IA. A integração se estende ao Gemini Live com compartilhamento de câmera, um recurso que permite apontar a câmera do celular para algo — um ponto turístico, um menu, uma coleção de roupas para uma viagem — e fazer perguntas ao Gemini sobre o que ele vê, tudo sem nunca abrir o celular.

A segunda frente é a camada de IA proprietária da Samsung, projetada para informações mais passivas e ambientais. Isso é mais evidente em dois novos recursos na FlexWindow: a “Now Bar” e o “Now Brief”. A Now Bar fica na parte inferior da tela e fornece atualizações de status em tempo real de vários aplicativos. Ela pode mostrar o tempo estimado de chegada do seu transporte por aplicativo, o progresso de um podcast ou placares esportivos ao vivo, oferecendo informações cruciais com um rápido olhar. O Now Brief é um feed mais personalizado que organiza um resumo diário com base em sua localização, hora do dia e padrões de uso, extraindo atualizações de trânsito, eventos do calendário e até dados de condicionamento físico do Samsung Health.

Este sistema de IA de dois níveis é um golpe de mestre estratégico. Ele reconhece que as necessidades do usuário em uma tela de cobertura se enquadram em duas categorias: solicitações ativas e complexas e monitoramento passivo e simples. Em vez de construir uma única IA monolítica para lidar com ambas, a Samsung terceirizou o trabalho pesado da IA de conversação para o Google, aproveitando a marca poderosa e confiável do Gemini para tarefas ativas. Isso lhes permite alcançar rapidamente a melhor capacidade da categoria sem reinventar a roda. Simultaneamente, a Samsung desenvolve sua própria camada de IA “visível de relance” para tarefas passivas, o que lhes dá controle sobre a interface do usuário principal, permite uma integração estreita com seus próprios serviços de ecossistema como o Samsung Health e cria uma experiência de usuário única que parece distintamente “Samsung”. O resultado é uma FlexWindow que funciona menos como uma pequena segunda tela e mais como um painel de controle inteligente e ciente do contexto, cumprindo diretamente a promessa central do formato tipo concha.

Essa filosofia impulsionada pela IA também se estende à personalização criativa e estética. A interface da câmera na FlexWindow, apelidada de FlexCam, agora possui um controle deslizante de zoom intuitivo para fácil operação com uma mão e “efeitos de câmera de cobertura”, onde o anel ao redor das lentes da câmera muda de cor para indicar claramente o modo de disparo atual — branco para padrão, amarelo para foto, vermelho para vídeo. Para fotos de grupo, o Zoom Automático ajusta inteligentemente o enquadramento para garantir que todos caibam perfeitamente. Além da câmera, a Galaxy AI pode criar papéis de parede automaticamente usando fotos de sua galeria e apresenta uma fonte de relógio adaptável que se envolve inteligentemente em torno dos assuntos no papel de parede escolhido, garantindo que a hora seja sempre visível sem obstruir a imagem.

A Aposta Exynos: Potência, Desempenho e Produtividade

Apesar de todas as suas inovações em design e IA, a decisão mais debatida que a Samsung tomou com o Galaxy Z Flip 7 está em seu núcleo: a escolha do processador. Em uma jogada que agitou a comunidade de entusiastas, a Samsung equipou seu mais recente celular dobrável com seu chipset da casa, o Exynos 2500, uma mudança em relação aos processadores Qualcomm Snapdragon encontrados em seus predecessores recentes e principais concorrentes. Essa escolha, apelidada de “A Aposta Exynos”, representa um risco calculado, trocando a supremacia nos benchmarks do Snapdragon por ganhos potenciais em eficiência de bateria e, o mais crucial, habilitando um recurso que eleva o Flip 7 de um acessório estiloso para uma genuína ferramenta de produtividade.

O processador é um chip de última geração de 3nm e alimenta tanto o Flip 7 padrão quanto seu irmão mais acessível, o Flip 7 FE, que usa o Exynos 2400, um pouco mais antigo. Esta é uma mudança significativa em relação ao Galaxy Z Flip 6, que utilizava o amplamente elogiado Snapdragon 8 Gen 3, e coloca o Flip 7 em contraste direto com seu principal rival, o Motorola Razr Ultra, que ostenta o Snapdragon 8 Elite de primeira linha. Para os aficionados por tecnologia, especialmente nos mercados ocidentais, este é um ponto de controvérsia. Historicamente, os chips Exynos muitas vezes ficaram atrás de seus homólogos Snapdragon em desempenho bruto e gerenciamento térmico, criando uma percepção de uma experiência “inferior” que a Samsung agora está desafiando de frente.

A aposta da Samsung é que os potenciais trade-offs de desempenho são equilibrados por melhorias tangíveis em outras áreas. A mais significativa delas é a duração da bateria. O Flip 7 abriga uma bateria de 4.300mAh, a maior capacidade já instalada em um modelo Flip e um bem-vindo aumento de 300mAh sobre a célula de 4.000mAh do Flip 6. Isso aborda diretamente uma das queixas mais persistentes sobre a categoria de celulares tipo concha. No entanto, este passo positivo é moderado por uma estagnação intrigante na tecnologia de carregamento. O Flip 7 permanece preso a uma capacidade de carregamento com fio relativamente lenta de 25W e sem fio de 15W. Esta é uma fraqueza gritante em comparação com o Motorola Razr Ultra, que oferece um carregamento com fio vertiginoso de 68W, permitindo que ele se reabasteça significativamente mais rápido.

Embora a escolha do processador possa ser divisiva e a velocidade de carregamento decepcionante, a Samsung jogou um ás brilhante na manga: o Flip 7 é o primeiro dispositivo da série a suportar o Samsung DeX. Esta é uma adição transformadora. Ao conectar o celular desdobrado a um monitor externo, teclado e mouse, o DeX transforma o Flip 7 em uma estação de trabalho portátil, completa com uma interface de usuário semelhante à de um desktop. Este único recurso altera fundamentalmente a proposta de valor do dispositivo.

A inclusão do DeX é uma manobra estratégica magistral projetada para contrabalançar a percepção negativa em torno do chip Exynos. Ela deliberadamente desvia a conversa das pontuações brutas dos benchmarks para uma produtividade versátil e do mundo real. A questão para os potenciais compradores não é mais simplesmente: “O Exynos é tão rápido quanto o Snapdragon?”, mas sim: “Um celular dobrável com Snapdragon pode fazer isso?”. Ao trazer um recurso de produtividade de ponta de suas linhas premium S e Fold para o Flip pela primeira vez, a Samsung eleva o dispositivo além da categoria de “celular da moda”. Sugere que, embora o Flip 7 possa não vencer todos os testes de velocidade sintéticos, ele pode vencer na utilidade geral, oferecendo uma capacidade única que nenhum concorrente direto pode igualar. É um sacrifício estratégico do direito de se gabar dos entusiastas por um recurso poderoso e popular que redefine o que um celular de bolso pode alcançar.

Vendo a Diferença: Uma Câmera Refinada por Código

Em uma era em que as atualizações de câmera são frequentemente definidas por sensores maiores e mais lentes, o Galaxy Z Flip 7 segue um caminho diferente. A Samsung fez uma aposta calculada de que, para o usuário de smartphone moderno, a imagem final é mais moldada por software inteligente do que por hardware bruto. O sistema de câmeras do Flip 7 é, do ponto de vista do hardware, idêntico ao encontrado em seu predecessor, o Galaxy Z Flip 6. No entanto, a Samsung promete uma experiência fotográfica superior, refinada não por novas lentes, mas por um código mais inteligente.

A configuração familiar consiste em um conjunto de duas câmeras no exterior: uma câmera principal grande angular de 50MP f/1.8 com Estabilização Óptica de Imagem (OIS) e uma câmera ultra grande angular de 12MP f/2.2. Para selfies tradicionais e videochamadas, uma câmera de 10MP f/2.2 está aninhada em um recorte perfurado na tela principal de 6,9 polegadas. Essa decisão de manter o hardware do Flip 6 é pragmática. A atualização dos módulos de câmera é um dos aspectos mais caros e que mais exigem espaço no design de um smartphone, especialmente nos confins apertados de um dobrável. Ao manter um sistema que já era bem conceituado e competitivo, a Samsung pôde alocar seu orçamento de pesquisa e desenvolvimento para outras áreas, mais notavelmente a revolucionária nova FlexWindow.

A história da “atualização” da câmera do Flip 7 é, portanto, uma de computação e IA. A Samsung afirma que seus algoritmos aprimorados de processamento de imagem, combinados com o poder do novo chip Exynos, proporcionam melhorias tangíveis. Isso inclui melhor desempenho em condições de pouca luz através de um modo Nightography aprimorado, que trabalha para reduzir o ruído e o desfoque de movimento, bem como novos aprimoramentos de retrato para fotos mais lisonjeiras. As primeiras análises práticas apoiam essas alegações, com fotos elogiadas por sua qualidade, faixa dinâmica e capacidade de lidar com cenários de iluminação mista desafiadores.

A melhoria técnica mais significativa está no campo do vídeo. O Flip 7 agora pode gravar vídeo em HDR de 10 bits, um avanço substancial em relação ao vídeo de 8 bits da geração anterior. Isso permite uma gama muito mais ampla de cores e um contraste mais profundo, resultando em imagens de vídeo mais vibrantes e realistas.

Essa abordagem que prioriza o software se alinha perfeitamente com o formato único do celular. A nova interface de usuário FlexCam na ampla tela de cobertura torna a captura de selfies de alta qualidade com a câmera principal de 50MP mais prática do que nunca. A adição de um controle deslizante de zoom dedicado para ajustes com uma mão e os “efeitos de câmera de cobertura” codificados por cores que confirmam visualmente o modo de disparo são melhorias pequenas, mas significativas, na qualidade de vida que aprimoram a experiência prática de usar a câmera quando o dispositivo está fechado. Essa estratégia visa o consumidor comum, que julga uma câmera não pelo número de megapixels em uma ficha técnica, mas pela qualidade da foto final que aparece em sua tela — um trade-off pragmático que prioriza as atualizações mais impactantes para o usuário.

A Nova Divisão dos Dobráveis: Flip 7 vs. Flip 7 FE

Com o lançamento do Flip 7, a Samsung introduziu uma nova nuance em sua estratégia de dobráveis: um segundo modelo, mais acessível, apelidado de Galaxy Z Flip 7 FE, ou “Fan Edition”. Essa medida divide a linha de celulares tipo concha em uma oferta de dois níveis pela primeira vez, criando uma nova dinâmica no mercado. Com preço de US$ 900 nos EUA, o FE é US$ 200 mais barato que o Flip 7 principal e é explicitamente destinado a “usuários mais conscientes do preço”. No entanto, um olhar mais atento às especificações revela que o FE é menos uma celebração das características favoritas dos fãs e mais uma versão inteligentemente reembalada e ligeiramente alterada do Galaxy Z Flip 6 do ano passado.

A diferença mais reveladora é a tela. O Flip 7 FE abre mão da nova FlexWindow de ponta a ponta, mantendo em vez disso a tela de cobertura de 3,4 polegadas no estilo “aba de pasta” do Flip 6. Essa única escolha de design estabelece imediatamente uma clara hierarquia visual e funcional entre os dois modelos. Internamente, os compromissos continuam. O FE é alimentado por um processador Exynos 2400, um degrau abaixo do Exynos 2500 do Flip 7, e é equipado com menos RAM (8GB contra 12GB do Flip 7). Ele também herda a bateria menor de 4.000mAh do Flip 6. A estética também é simplificada, com o FE disponível apenas em preto e branco básicos, sem as cores premium “Blue Shadow” e “Coral Red” do modelo principal.

Embora o preço de US$ 900 seja mais baixo, os críticos foram rápidos em apontar que dificilmente é um celular “de baixo custo”. Ele continua sendo um dispositivo de preço premium que enfrenta uma concorrência desajeitada, não apenas de outras marcas, mas também dos próprios modelos de gerações anteriores da Samsung, com grandes descontos. Isso levanta uma questão crucial sobre o verdadeiro propósito do FE.

O valor estratégico do Flip 7 FE pode não ser servir como um best-seller autônomo, mas sim atuar como uma poderosa ferramenta de marketing que reforça o valor do Flip 7 principal. No showroom, um cliente em potencial é apresentado a uma clara escolha de “bom vs. o melhor”. Eles veem um celular com uma tela deslumbrante e futurista de 4,1 polegadas e outro com uma visivelmente menor e de aparência datada. A lacuna funcional e estética é tão significativa que a diferença de preço de US$ 200 para atualizar para o celular “melhor” pode parecer um investimento muito razoável — uma clássica estratégia de upselling.

Além disso, o modelo FE serve a um propósito defensivo. Ele permite que a Samsung tenha um produto competindo na faixa de preço abaixo de US$ 1.000, impedindo que rivais como o Razr padrão da Motorola ganhem uma posição incontestável nesse segmento. Sob essa luz, a “Fan Edition” é menos sobre dar aos fãs o que eles querem e mais sobre segmentação estratégica de mercado, posicionamento competitivo e, em última análise, impulsionar as vendas do modelo principal de maior margem.

CaracterísticaGalaxy Z Flip 7Galaxy Z Flip 7 FE
Preço inicial (EUA)US$ 1.100US$ 900
Tela de Cobertura4,1 polegadas, Super AMOLED 120Hz3,4 polegadas, Super AMOLED 60Hz
Tela Principal6,9 polegadas, Dynamic AMOLED 2X6,7 polegadas, Dynamic AMOLED 2X
ProcessadorExynos 2500Exynos 2400
RAM12GB8GB
Opções de Armazenamento256GB / 512GB128GB / 256GB
Capacidade da Bateria4.300mAh4.000mAh
Recursos PrincipaisSuporte Samsung DeX, FlexWindow de ponta a pontaCorpo mais fino que o Flip 6
Opções de CorBlue Shadow, Jet Black, Coral Red, MintPreto, Branco

O Evento Principal: Um Confronto Direto com o Motorola Razr Ultra

O lançamento do Galaxy Z Flip 7 prepara o palco para a rivalidade mais atraente no espaço dos dobráveis: uma confrontação direta com o Motorola Razr Ultra (2025). Isso é mais do que uma simples comparação de especificações; é um choque de duas filosofias distintas sobre o que um celular dobrável tipo concha premium deveria ser. A Motorola buscou a supremacia do hardware, apostando que os usuários pagarão um valor premium pelo melhor absoluto em poder de processamento, sensores de câmera e velocidades de carregamento. A Samsung, em contraste, está defendendo uma abordagem de ecossistema holístico, apostando que os usuários priorizarão um preço mais baixo, suporte de software a longo prazo e recursos de produtividade únicos em vez de vencer na ficha técnica.

No papel, o Motorola Razr Ultra apresenta um desafio formidável. Ele é alimentado pelo processador de ponta Snapdragon 8 Elite, que a Motorola orgulhosamente anuncia como o que o torna o “celular dobrável mais potente” do mercado — uma clara vantagem sobre o Exynos 2500 do Flip 7. A batalha das telas é quase um empate com vantagens e desvantagens: o Flip 7 tem uma tela de cobertura marginalmente maior de 4,1 polegadas em comparação com a de 4,0 polegadas do Razr, mas o Razr ostenta uma tela principal maior de 7,0 polegadas (vs. 6,9 polegadas) e especificações técnicas superiores, incluindo uma taxa de atualização mais rápida de 165Hz e maior resolução em ambas as telas.

A vantagem de hardware da Motorola se torna decisiva nos departamentos de câmera e bateria. O Razr Ultra possui um potente sistema de câmera tripla de 50MP — cobrindo grande angular, ultra grande angular e selfie — que se destaca em nítido contraste com a configuração de câmera da Samsung de 50MP principal, 12MP ultra grande angular e 10MP para selfie. Para bateria e carregamento, o Razr Ultra vence inequivocamente. Ele vem com uma bateria maior de 4.700mAh e suporta um carregamento com fio ultrarrápido de 68W, deixando a bateria de 4.300mAh e o carregamento lento de 25W do Flip 7 muito para trás.

Onde a Samsung vira o jogo é no preço e na experiência de software. O Galaxy Z Flip 7 começa em US$ 1.100, significativamente US$ 200 mais barato que o preço de entrada de US$ 1.300 do Razr Ultra. Essa proposta de valor é reforçada por dois poderosos “fatores X”. O primeiro é a produtividade única oferecida pelo Samsung DeX, um recurso que a Motorola não pode igualar. O segundo, e talvez o mais crucial para a posse a longo prazo, é a promessa líder da Samsung de sete anos de grandes atualizações de sistema operacional e de segurança. Isso supera em muito o compromisso da Motorola de apenas três anos de atualizações de SO e quatro anos de atualizações de segurança, tornando o Flip 7 um investimento muito mais à prova de futuro.

Esse contraste revela as duas ideologias concorrentes. A estratégia da Motorola é vencer a corrida armamentista do hardware, atraindo usuários avançados que exigem as melhores métricas quantificáveis. A estratégia da Samsung é vencer no valor geral e na integração do ecossistema. Eles cedem o argumento da potência bruta para se concentrar em uma experiência mais completa, versátil e duradoura a um preço mais acessível. A escolha para um consumidor, portanto, não é sobre qual celular é objetivamente “melhor”, mas sobre qual filosofia se alinha com suas prioridades pessoais: domínio do hardware a curto prazo versus valor do software a longo prazo e produtividade única.

CaracterísticaSamsung Galaxy Z Flip 7Motorola Razr Ultra (2025)Veredito / Vencedor
Preço inicial (EUA)US$ 1.100US$ 1.300Samsung Galaxy Z Flip 7
ProcessadorExynos 2500Snapdragon 8 EliteMotorola Razr Ultra
Tela de Cobertura4,1″, 120Hz, 948x1048p4,0″, 165Hz, 1272x1080pMotorola Razr Ultra
Tela Principal6,9″, 120Hz, 1080x2520p7,0″, 165Hz, 1224x2912pMotorola Razr Ultra
Sistema de Câmera Traseira50MP Grande Angular + 12MP Ultra Grande Angular50MP Grande Angular + 50MP Ultra Grande AngularMotorola Razr Ultra
Bateria e Carregamento4.300mAh, 25W com fio4.700mAh, 68W com fioMotorola Razr Ultra
Diferencial ChaveModo Desktop Samsung DeXEspecificações de Hardware SuperioresEmpate (Depende da Prioridade do Usuário)
Suporte de Software7 Anos de Atualizações de SO e Segurança3 Anos de SO, 4 Anos de SegurançaSamsung Galaxy Z Flip 7

Conclusão: O Novo Rei dos Flips?

O Galaxy Z Flip 7 chega como o celular dobrável tipo concha mais completo, atraente e maduro que a Samsung já produziu. Ao finalmente reformular a FlexWindow para criar uma interface primária verdadeiramente funcional e adicionar a produtividade revolucionária do Samsung DeX, a empresa não apenas abordou suas fraquezas históricas mais significativas, mas também adicionou um novo valor substancial. Este é o celular que move a série Flip de um acessório de moda de nicho para um legítimo concorrente de ponta para o grande público.

No entanto, o dispositivo não está isento de compromissos. A decisão de usar um processador Exynos da casa, embora habilite recursos como o DeX e potencialmente uma melhor otimização da bateria, permanecerá uma preocupação válida para os entusiastas de desempenho que priorizam a potência bruta e as pontuações em benchmarks. Além disso, a velocidade de carregamento é decepcionantemente lenta, um ponto fraco gritante em comparação com o ritmo vertiginoso estabelecido por seu principal concorrente.

Em última análise, a escolha entre o Flip 7 e seus rivais se resume a uma questão de prioridades.

Para a maioria das pessoas, o Galaxy Z Flip 7 é o melhor celular dobrável para comprar. Ele atinge um equilíbrio excepcional de preço, recursos de ponta e um suporte de software a longo prazo inigualável. Por US$ 1.100, ele oferece uma experiência premium, versátil e à prova de futuro que o torna a principal recomendação para o consumidor médio que procura entrar no mundo da tecnologia dobrável.

Para o usuário absolutamente avançado, o Motorola Razr Ultra continua sendo uma alternativa tentadora. É o campeão indiscutível do hardware, oferecendo o processador mais rápido, o sistema de câmera mais avançado e o carregamento mais rápido disponível em um celular dobrável. Para aqueles que exigem as melhores especificações possíveis e estão dispostos a pagar um valor premium de US$ 200 por elas, o Razr Ultra é a escolha clara.

Para o comprador com orçamento limitado, o Galaxy Z Flip 7 FE apresenta uma opção de compromisso. Ele deve ser visto como um ponto de entrada para aqueles que absolutamente não podem esticar seu orçamento até o Flip 7 principal. No entanto, os compradores devem estar cientes de que estão essencialmente comprando a tecnologia do ano passado — com uma tela menor, bateria menor e menos potência — a um preço que ainda está firmemente na categoria premium.

Para os atuais proprietários de um Flip, o caminho de upgrade é claro. Para usuários de um Galaxy Z Flip 4 ou mais antigo, o salto para o Flip 7 é transformador. As enormes melhorias na tecnologia da tela, na duração da bateria e na usabilidade geral o tornam um upgrade altamente recomendado. Para os proprietários dos mais recentes Flip 5 e Flip 6, a decisão é mais sutil. O upgrade vale a pena apenas se a pessoa valorizar muito a nova e expansiva FlexWindow e vir utilidade genuína no potencial de produtividade do Samsung DeX.

Preços e Disponibilidade

O Samsung Galaxy Z Flip 7 e o Galaxy Z Flip 7 FE foram anunciados oficialmente em um evento Galaxy Unpacked no Brooklyn.

O Galaxy Z Flip 7 tem preço inicial de US$ 1.099 nos Estados Unidos, £ 1.049 no Reino Unido e € 1.199 na Europa para o modelo base com 12GB de RAM e 256GB de armazenamento. Uma opção de 512GB de armazenamento também está disponível por US$ 1.219 / £ 1.149 / € 1.329.

O Galaxy Z Flip 7 FE tem preço inicial de US$ 899 nos Estados Unidos e £ 849 no Reino Unido para o modelo base com 8GB de RAM e 128GB de armazenamento.

As pré-vendas para todos os modelos começaram no dia do anúncio. A disponibilidade geral no varejo e o envio começaram em 25 de julho de 2025.

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