A família Galaxy Tab S11 chega com uma promessa clara: entregar aos usuários exigentes um tablet premium que pareça e se sinta excepcional, dê conta de qualquer tarefa com folga e trate teclado e caneta como protagonistas — não como acessórios opcionais. O resultado é uma dupla — Tab S11 de 11 polegadas e Tab S11 Ultra de 14,6 polegadas — que funciona como um manifesto do que um Android de alto padrão pode ser em 2025. É fino, brilhante e confiante, com uma história de hardware e software mais coesa e uma postura mais firme frente ao iPad Pro do que a Samsung apresentou em anos recentes.
A seguir, uma versão lapidada e pronta para publicação, pensada para entusiastas de tecnologia — envolvente, crítica e completa — cobrindo design, telas, desempenho, software e IA, acessórios, bateria, câmeras, preços e o posicionamento diante da Apple e do restante do mercado.
Design e construção: fino com propósito, rígido onde importa
A linha S11 abraça sem hesitar a linguagem premium da Samsung: arestas retas, corpo em alumínio, bordas quase simétricas e uma elegância funcional que prioriza pegada e durabilidade. O Tab S11 (11″) acerta o ponto de equilíbrio: leve para longas leituras e grande o suficiente para a multitarefa parecer natural. O Tab S11 Ultra é um verdadeiro canvas portátil: com 14,6″, brilha em um suporte de mesa, na bandeja do avião ou acoplado a um notebook. Ambos são impressionantemente finos, sem as flexões e estalos típicos de modelos mais baratos.
Dois detalhes práticos fazem diferença no dia a dia. Primeiro, a certificação IP68 contra água e poeira — raríssima nesse segmento — dá tranquilidade entre escritório, cafeteria e deslocamentos. Segundo, o trilho magnético lateral para a S Pen: pegar, escrever e acoplar de volta; nada de procurar tiras de carga na traseira nem lidar com pareamento caprichoso.
Na hora de escolher o tamanho, pense em postura e fluxo de trabalho, não apenas em polegadas. O modelo de 11″ é o coringa versátil; o Ultra prefere a mesa e recompensa com um autêntico espaço “de desktop” para timelines, painéis e apps lado a lado. Ambos exalam qualidade; eles apenas atendem a dois estilos diferentes de mobilidade.
Telas: AMOLED musculoso com atenção à usabilidade
A mão da Samsung aparece. Os painéis Dynamic AMOLED 2X entregam o que importa ao público avançado: 120 Hz para interação fluida, contraste profundo para trabalho de cor e HDR, e alto brilho para leitura confortável ao ar livre. O Ultra, pela área, é aliado natural em edição: ajustar uma timeline, organizar trilhas ou desenhar em uma tela ampla deixa de ser um quebra-cabeça de janelas e vira continuidade de fluxo.
O tratamento antirreflexo merece destaque. Ele não extingue todos os reflexos, mas reduz os brilhos mais incômodos na grande superfície do Ultra e diminui o “efeito espelho” das marcas de dedo. A Apple mantém nos iPad Pro uma opção fosca de referência; a Samsung preserva o impacto do OLED, ao mesmo tempo em que melhora a usabilidade sob luz forte.
Desempenho: silício de topo, comportamento de topo
Por dentro, a série Tab S11 se comporta como promete: uma plataforma flagship pensada para cargas prolongadas. Apps abrem no ato, arquivos de imagem pesados renderizam sem drama e jogos 3D seguram taxa de quadros sem que o throttling térmico estrague a experiência. Igualmente importante, a persistência em segundo plano é excelente: as generosas doses de RAM mantêm sua “bancada” intacta quando você alterna entre um navegador lotado de abas, um editor RAW e o app de notas.
Os iPad Pro ainda lideram os benchmarks sintéticos? Na maioria das vezes, sim. Isso é decisivo no uso real de um tablet? Cada vez menos. A linha S11 não persegue números; persegue constância. E para as tarefas “pro” típicas de um tablet — anotar documentos, montar um primeiro corte, diagramar uma apresentação, acessar um desktop remoto ou fazer atividades próximas ao desenvolvimento — a experiência é rápida e, principalmente, continua rápida depois de uma hora.
Um tema-chave em 2025: IA no dispositivo. A Samsung aposta em inferência local para resumir, traduzir, transcrever e limpar imagens. O resultado são respostas mais ágeis, menos perda de contexto e menos concessões de privacidade, porque muita coisa se resolve direto no aparelho, sem dar voltas pela nuvem.
S Pen: incluída, confortável e focada no essencial
A S Pen vem na caixa — sem custo extra — e o novo design elimina pequenas fricções do passado. O corpo hexagonal lembra o lápis de madeira e escorrega menos; a ponta cônica melhora o controle em ângulos altos de inclinação para hachuras e caligrafia. A latência é baixa a ponto de você esquecer o vidro; a pressão se traduz em espessura de traço de forma previsível; o palm rejection simplesmente funciona.
A Samsung removeu Bluetooth e “gestos no ar”. Para a maioria de criadores e tomadores de notas, isso é um ganho líquido: menos complexidade, zero pareamento e nunca mais “caneta descarregada”. Se você dependia de clicar para avançar slides ou de disparo remoto de câmera, vai sentir falta. Para o restante, a S Pen volta a ser uma ferramenta de trabalho, não um gadget.
No software, a experiência de fábrica é madura: Samsung Notes é uma bancada de trabalho de verdade; Clip Studio Paint segue referência profissional em ilustração; GoodNotes e afins dão conta de anotação e estudo com naturalidade; LumaFusion e outros editores transformam a diagonal ampla em uma timeline legível. Aqui, a caneta não é acessório: é o centro de gravidade.
DeX e One UI: desktop quando você precisa, tablet quando convém
One UI é hoje a interface Android mais atenta ao formato tablet, e o DeX é seu trunfo. Com o teclado conectado, o DeX transforma o S11 em um ambiente ao estilo PC: barra de tarefas, janelas redimensionáveis, atalhos de teclado “de verdade” e, agora, suporte melhor a monitores externos. O novo modo estendido entrega um dual-screen de verdade, não apenas espelhamento: referência no monitor e sua tela principal no tablet (ou o contrário). Áreas de trabalho virtuais organizam o malabarismo de múltiplos projetos.
O Stage Manager do iPad Pro evoluiu, mas o DeX segue mais próximo de um desktop clássico do que de um “modo smartphone ampliado”. Se o seu dia passa por planilhas, web apps, dashboards de Git ou uma máquina remota, o DeX vale o seu espaço. Destacou o teclado? Você volta a uma interface touch limpa, gestual e nada barulhenta.
Galaxy AI, a favor do uso real
Além do slogan, a proposta de IA do S11 se apoia em dois pilares concretos:
- Ajuda no contexto, sem trocar de app. Um assistente flutuante que resume, traduz, estrutura ou reescreve corta voltas desnecessárias. Ao destilar um artigo científico ou lapidar uma proposta, os minutos poupados em cada “o que isso quer dizer?” se acumulam.
- Assistências criativas que não se impõem. Suavização de traços, recorte de fundo e seleção inteligente aceleram a parte braçal e deixam as decisões criativas com você. A melhor IA é aquela que você deixa de notar, porque está lavando a louça em segundo plano.
Aqui, encare a IA como multiplicadora dos fluxos que você já tem, não como desculpa para reinventá-los.
Bateria e recarga: confiável e discreta
Telas grandes e chips velozes pedem energia, mas a série S11 entrega o que interessa: um dia inteiro de trabalho. Em uso misto (mensageria, documentos, navegação, marcação de PDFs e um pouco de vídeo), o modelo de 11″ chega tranquilo ao fim do expediente; o Ultra compensa a área maior com uma bateria mais parruda e termina em números semelhantes. Se você força a barra — brilho alto, caneta, sessões longas — voltará para casa com pouca margem, mas não no vermelho. A recarga rápida salva quando o “pit stop” do almoço ficou para trás. Como é comum no topo de linha, para atingir a potência máxima é preciso um carregador mais potente, vendido à parte.
Câmeras e áudio: pensados para a realidade
Ninguém compra um tablet de quase 15 polegadas para ser a câmera principal — e a Samsung sabe disso. A série S11 oferece o necessário: uma câmera traseira competente para digitalização e registro, uma ultra-wide frontal que favorece chamadas de vídeo e coloca todo mundo no enquadramento, além de microfones que capturam voz limpa em ambientes silenciosos. Quatro alto-falantes com presença bastam para dispensar uma caixa Bluetooth. Como telas de entretenimento, ambos “soam grandes”.
Acessórios e ecossistema: a pergunta sobre o notebook
Com a Book Cover Keyboard, o Tab S11 Ultra vira, na prática, um 2-em-1 ultrafino — com touch e caneta melhores do que a maioria dos ultrabooks. É poderoso… e caro. Se você usará o DeX diariamente e gosta da modularidade de destacar o teclado quando quiser, o conjunto é excelente. Se o teclado ficará sempre acoplado e você mal tocará na tela, um notebook tradicional entregará mais computação sustentada pelo mesmo dinheiro. O S11 de 11″, com a capa-teclado mais leve, acerta um ótimo balanço de preço e flexibilidade para estudantes, escritores e viajantes frequentes.
No ecossistema, a Samsung se dá bem com o Windows: segundo monitor, transferência rápida de arquivos, notificações e chamadas no PC fazem do S11 um parceiro de mesa colaborativo. O acervo de apps Android para telas grandes já não é o calcanhar de Aquiles de antes, embora o iPadOS ainda retenha alguns “títulos heróis” exclusivos de criatividade. Se um único app (Procreate, Logic etc.) define sua profissão, ele pesará mais do que qualquer vantagem de hardware; do contrário, a prateleira Android hoje é ampla o bastante para alternativas sérias.
Como ele se sai frente aos rivais: iPad Pro, Surface e cia.
Contra o iPad Pro
A Apple segue na frente em CPU/GPU brutas e tem integração caneta-app mais profunda em certos nichos criativos. Também oferece uma opção fosca de alto nível para estúdios. A Samsung responde com OLED em todas as diagonais, S Pen incluída, expansão por microSD, um DeX de desktop convincente e um sistema de arquivos mais aberto. Se você vive em Final Cut/Logic/Procreate, o iPad Pro ainda é o habitat natural. Se quer um tablet que vira desktop sem atrito — e valoriza expansibilidade e flexibilidade — o S11 é o argumento mais forte da Samsung até aqui.
Contra o Surface Pro (Intel/ARM)
O Surface é um laptop que sabe ser tablet; o Tab S11 é um tablet que sabe ser laptop. Precisa de apps Windows clássicos (Visual Studio completo, ferramentas corporativas, software de nicho)? O Surface vence. Prioriza resposta ao toque, retorno instantâneo e um modo tablet simples e confiável? A família S11 soa mais atual e com menos concessões.
Contra tablets Android intermediários
Qualidade de tela, experiência de caneta, teto de desempenho e longevidade de software destacam o S11 do “dá pro gasto”. Suporte prolongado e RAM generosa estendem a vida útil sem engasgos. Se seu uso é só streaming e web, uma Tab FE faz mais sentido; se você cria, estuda, anota ou trabalha em mobilidade, o S11 justifica o investimento.
Preço e valor: premium por bons motivos
A série S11 fica ombro a ombro com iPad e Surface de ponta. O que inclina a balança para a Samsung: S Pen na embalagem, muita RAM já nas versões de entrada e microSD para expansão, evitando sobrepreços de armazenamento proprietário. Ao somar teclado, mais memória ou 5G, você entra rápido na faixa de ultrabook; a pergunta real vira: você usará o suficiente a “metade tablet” para valer a pena? Se a resposta for sim, poucos conjuntos são tão adaptáveis.
Pontos fortes, concessões e para quem é
Onde a Samsung acerta em cheio
- Telas que convidam a ir além. Grandes, rápidas e com cor — tarefas complexas respiram.
- Uma caneta que você vai usar de verdade. Empunhadura confortável, baixa latência, zero pareamento, incluída.
- Um DeX que trabalha. Quando você precisa de um desktop, ele está lá — e entrega.
- Desempenho que não murcha. Velocidade consistente, RAM folgada e térmicas sob controle.
- Vida longa. Suporte de software estendido e armazenamento expansível.
Onde vale pensar duas vezes
- O Ultra gosta de um suporte. Brilha no stand, menos na mão.
- Acessórios somam. Teclado e configurações altas levam rápido a preço de notebook.
- Gravidade de apps. Uma exclusividade do iPad pode decidir sozinha.
Compre o Tab S11 se… quer um tablet Android premium e portátil para notas e produtividade diária, sem sensação de aperto.
Compre o Tab S11 Ultra se… procura um canvas de mesa que, com DeX e teclado, vira um desktop leve; ideal se você desenha, edita ou trabalha com múltiplos painéis.
Passe os dois se… o teclado ficará sempre acoplado e a caneta vai acumular pó; com o mesmo orçamento, um notebook clássico serve melhor.
Veredito
A série Galaxy Tab S11 mostra a Samsung em ótima forma: design industrial seguro, OLEDs de referência, desempenho com folga, uma S Pen realmente útil para criadores e estudantes e um software que respeita tanto o paradigma de tablet quanto o de desktop. Ela não apenas encurta a distância para o iPad Pro: reformula o debate para quem valoriza abertura, expansibilidade e um modo desktop de verdade. Para entusiastas que querem um tablet premium que trabalhe como eles trabalham, esta é — até agora — a proposta Galaxy Tab mais convincente.