Uma nova série da Netflix, Todos os Tubarões do Mundo, está redefinindo o documentário de natureza ao infundir o drama de alto risco de uma competição de reality show. A série de seis episódios acompanha quatro equipes de “fanáticos por tubarões” em uma expedição global, mas estes não são os típicos astros de reality. O elenco é composto por cientistas, pesquisadores e conservacionistas credenciados que trazem um nível de autoridade científica para a competição. O formato único do programa combina cinematografia subaquática de tirar o fôlego e ciência marinha fundamental dentro de uma corrida em ritmo acelerado, criando um veículo novo e atraente para uma mensagem ambiental urgente.
A Caça Global
A premissa da competição é uma caça ao tesouro mundial: encontrar e fotografar o maior número possível de espécies diferentes de tubarões. As equipes ganham pontos por cada espécie documentada, com um sistema de pontuação que favorece fortemente a raridade. Isso incentiva a busca por criaturas esquivas e ecologicamente vitais, como o tubarão-martelo-grande, em perigo crítico de extinção, e o singular tubarão-epaulette, que vive no fundo do mar e é conhecido por sua capacidade de “andar” sobre as nadadeiras pelos recifes. A jornada de seis episódios leva as equipes a uma gama diversificada de locais de grande biodiversidade marinha: Maldivas, Ilhas Galápagos, Bahamas, África do Sul, Japão e Austrália. Cada local apresenta desafios distintos, desde correntes traiçoeiras a condições de mergulho difíceis, ao mesmo tempo que oferece encontros com diferentes espécies, de tubarões-tigre a tubarões-epaulette com aparência de cobra. O prêmio final é de US$ 50.000, não para ganho pessoal, mas para doação à instituição de caridade de conservação marinha escolhida pela equipe vencedora, reforçando a missão central do programa.

Os Competidores Científicos
A série se destaca por um elenco de especialistas altamente qualificados que abordam a competição com estratégias científicas e estratégicas.
- A equipe “Shark Docs” conta com o Dr. Chris Malinowski, biólogo marinho com doutorado pela Florida State University e Diretor de Pesquisa e Conservação do Ocean First Institute, e Brendan Talwar, ecologista de pescas marinhas na Scripps Institution of Oceanography e membro do Grupo de Especialistas em Tubarões da IUCN. A estratégia deles baseia-se no rigor acadêmico, analisando publicações científicas e dados para localizar as espécies-alvo.
- A equipe “Landsharks”, ironicamente nomeada, já que ambos os membros são do Meio-Oeste americano, é composta por Rosie Moore e Randy Thomas. Moore, geocientista da Florida Atlantic University, é especialista no uso de tecnologia geoespacial para estudar predadores de topo e conflitos entre humanos e vida selvagem, e atua como gerente de ciência cidadã para a The International SeaKeepers Society. Thomas é biólogo da vida selvagem da Força Aérea dos EUA e cinegrafista subaquático que trabalha com uma vasta gama de espécies.
- As outras equipes são compostas por especialistas igualmente impressionantes, incluindo o cinegrafista de vida selvagem Dan Abbot; a pesquisadora de tubarões e raias Aliah Banchik, que fundou o The FINstitute para oferecer oportunidades de aprendizado prático para jovens cientistas; e a ambientalista MJ Algarra, fundadora da organização sem fins lucrativos Clean This Beach Up e um modelo para latinas nas áreas de STEM.
O Apresentador “Heavy Metal”
Guiando a competição está Tom “The Blowfish” Hird, um biólogo marinho, autor e comunicador científico conhecido por sua persona distinta de “amante do heavy metal”. Com vasta experiência em emissoras como a BBC, a Shark Week do Discovery e a EarthxTV, Hird é mais do que um apresentador; ele é um guia especializado. Como Divemaster PADI e Dive Leader BSAC qualificado, ele define desafios para as equipes e oferece conselhos baseados em anos de seu próprio trabalho de campo, conferindo credibilidade científica e uma presença enérgica à série. Sua jornada na biologia marinha foi despertada por um medo de infância de tubarões após assistir a Tubarão, um medo que ele canalizou para uma obsessão em entender o oceano.
Uma Missão para Salvar os Tubarões
Em sua essência, Todos os Tubarões do Mundo é uma plataforma para a conservação. A série visa desmantelar o persistente estereótipo de “monstro” dos tubarões, uma narrativa que historicamente minou os esforços de conservação. Os competidores e o apresentador defendem a transformação do medo em fascínio através da educação. O programa destaca questões críticas de conservação, enfatizando que a sobrepesca é a principal ameaça para tubarões e raias, com dezenas de milhões mortos anualmente. Também lança luz sobre a imensa biodiversidade dentro deste grupo de animais, que inclui mais de 500 espécies de tubarões e 600 espécies de raias, a maioria das quais não são os predadores gigantes da imaginação popular. A série defende a ideia de que um tubarão vivo vale mais do que um morto, promovendo os benefícios econômicos e ecológicos de populações saudáveis de tubarões através do ecoturismo.
Por Trás da Produção
A série é produzida pela Best Production Company, com os produtores executivos Kevin Bartel, Myke Clarkson, Devon Massyn e Chad Hammel. A produtora tem uma experiência comprovada no gênero, tendo produzido anteriormente Shark Queens para o Sharkfest da Nat Geo Wild. Essa bagagem, incluindo a própria jornada do vice-presidente Myke Clarkson de herpetólogo a produtor de televisão, ressalta o compromisso da produção com a autenticidade científica.
Todos os Tubarões do Mundo estreou na Netflix em 4 de julho.