No cenário da arte contemporânea espanhola, um prêmio se destaca pela sua capacidade de transformar a criação artística em uma experiência que transcende os limites tradicionais. O Prêmio Catalina D’Anglade, entregue durante a feira ARCOmadrid, continua sendo um importante catalisador para artistas emergentes.Na 44ª edição do evento, o destaque foi Álvaro Urbano, cujo trabalho gira em torno dos desejos e intenções do passado, criando obras de atmosfera onírica que exploram realidades possíveis que nunca se materializaram.
A obra premiada, intitulada “VEINS”, representa mais do que uma simples escultura. Urbano a descreve como “a representação de um lugar discreto, de passagem ou de espera”, um trabalho que normalmente passaria despercebido nas ruas, mas que carrega uma poética própria do momento. Catalina D’Anglade destaca que o artista “consegue sincronizar a paródia e a homenagem”, estruturando seus projetos como cenas ou sequências de capítulos, criando atmosferas imersivas com técnicas inspiradas no cinema e no teatro.
O prêmio, criado pela designer Catalina D’Anglade, possui uma estrutura única. Composto por duas fases, o primeiro momento envolve a aquisição da obra premiada, e o segundo contempla o desenvolvimento de um projeto inédito que integra arte e design. O objetivo principal é “impulsionar e difundir a criação contemporânea, incorporando a arte em setores relacionados ao design e integrando-a no cotidiano”.
Ao longo de suas edições, o prêmio já reconheceu artistas como Fernanda Fragateiro, Secundino Hernández, Luis Gordillo, Daniel Steegmann Mangrané, June Crespo e Ester Partegàs. Cada um deles contribuiu com trabalhos que desafiam as categorias tradicionais da arte, explorando novas formas de expressão criativa.
Urbano, que atualmente reside em Berlim, tem se destacado no cenário artístico internacional. Catalina D’Anglade o descreve como “um embaixador destacado da arte espanhola de sua geração”. Sua obra dialoga constantemente entre o arquitetônico e o natural, transformando elementos vegetais de meros objetos passivos em sujeitos ativos de sua narrativa artística.
O projeto desenvolvido por Álvaro Urbano será apresentado em 2026, prometendo continuar a tradição de inovação e experimentação que caracteriza o Prêmio Catalina D’Anglade.