The Kitchen (2024) Filme na Netflix: Uma distopia muito realista sobre Londres em 2040

Alice Lange Alice Lange
The Kitchen - Netflix

The Kitchen é um filme de ficção científica dirigido por Kibwe Tavares e Daniel Kaluuya. É estrelado por Kane Robinson, Jedaiah Bannerman e Henry Lawfull.

“The Kitchen” é uma distopia ambientada em um futuro Londres e em um gueto. É uma história de sobrevivência, vida e tecnologia e, acima de tudo, uma história terrível que parece prever um futuro em que, governados pela tecnologia, tudo será assustador.

Uma espécie de “Black Mirror” com um olhar racial, muito mais social e igualmente assustador sobre esse futuro que, quer queiramos ou não, todos tememos um pouco mais a cada dia.

Argumento

No ano de 2040, um garoto acaba de perder a mãe e conhece um dos funcionários do necrotério, que vive em um gueto chamado “The Kitchen”. O garoto começa a se integrar lá, aos poucos, sob o olhar atento dos drones da polícia.

Os habitantes desse distrito de Londres sobrevivem como podem, diante das evidências de que os poderosos querem acabar com esse lugar para continuar construindo esse Londres perfeita com a qual alguns sonham.

Sobre o filme

Perfeito em suas intenções, alcançando constantemente seus objetivos de denúncia social e distopia com elementos mais do que críveis. Já aconteceu com o romance 1984, de George Orwell, o precursor de todo esse movimento distópico. Agora tudo está mais claro: a tecnologia ameaça tudo e certamente servirá aos mais poderosos para escravizar as classes menos favorecidas.

Nesse sentido, nada de novo, aliás, os diretores Kibwe Tavares e Daniel Kaluuya fazem um filme muito bom que é mais uma distopia social muito realista do que um show de efeitos especiais: eles são escassos e os diretores fazem questão de não destacá-los: aqui é mais importante refletir a luta coletiva contra a opressão do que nos impressionar com um desdobramento de efeitos especiais.

Ao assistir ao filme, não vamos querer ter aquele último celular com ampliação holográfica que eles usam no filme (aliás, é incrível), vamos temer mais a opressão a este mundo feliz de Alduous Huxley, mil vezes mais tecnológico, mas igualmente opressivo.

“The Kitchen” é muito bom em termos de personagens e ambientação: consegue criar um filme futurista dos “sujos”, onde nada é perfeito e tudo está cercado de lixo e imperfeição. A limpeza está em outros lugares, nos supostamente limpos, que no final do filme assustam muito mais por sua falta de humanidade.

É um filme de protesto? Certamente, é uma denúncia clara da opressão racial e é impossível vê-lo de outra forma. No entanto, apesar de mostrar suas intenções sem qualquer reserva, ele convence tecnicamente e narrativamente, na edição e na coerência de todo o filme.

Nossa Opinião

Coerente, distópico e ao mesmo tempo realista. Sem enfatizar os avanços da tecnologia, sem nos impressionar com efeitos visuais.

Ficção científica muito humana.

Onde assistir “The Kitchen”?

Netflix

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